O objetivo da ferramenta é dar visibilidade aos négocios liderados por empresários refugiados no Brasil

Por Larissa Freire
Imprensa Scalabriniana
Da Redação
São Paulo
A plataforma ‘Refugiados Empreendedores’ foi lançada hoje, 10 de fevereiro às 10 da manhã, pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), com o objetivo de trazer visibilidade aos negócios liderados por empresários refugiados no país.
O lançamento da ferramenta, transmitido por Ecoa, plataforma do UOL por um mundo melhor, e também no canal do UOL no YouTube, contou com a presença dos empreendedores Jacqueline Esther Rodriguez Diaz, Rosa Paulina Bravo Henriquez e Anas Rjab, profissionais refugiados que trabalham em diferentes regiões do país em áreas como serviços gráficos, artesanato e gastronomia, respectivamente.
A mediação foi feita pelo jornalista e colunista de Ecoa, Rodrigo Ratier. Além das participações da diretora de relações institucionais da Rede Brasil do Pacto Global, Barbara Dunin, o Representante do Acnur Jose Egas e a jornalista Gabriela Bazzo.
A plataforma visa oferecer oportunidades de capacitação aos empreendedores, afim de trazer visibilidade a seu trabalho e além de conectar esses pequenos negócios a potenciais consumidores. Empreendedores refugiados interessados em participar do projeto podem se inscrever pelo site.
O chef Anas, por exemplo, é natural da Síria e chegou ao Brasil vindo da Líbia, onde fez faculdade e trabalhou como engenheiro de telecomunicações. “O conflito na Líbia fez com que eu perdesse meu trabalho, perdesse tudo. Ficou bem difícil”, diz ele. A saída foi vir para o Brasil em 2015. Sem conseguir uma colocação em sua área de formação, começou a vender comida e criou a Simsim Culinária Árabe.
Já as venezuelanas Jacqueline e Rosa, apesar das dificuldades de recomeçar a vida, conseguiram retomar atividades com as quais já estavam familiarizadas no país natal. Em Boa Vista (RR), Jacqueline aproveitou incentivos para pequenos negócios e montou uma gráfica, negócio que conciliava ao trabalho de diretora de uma escola antes de migrar.
Rosa também foi para a capital de Roraima antes de se estabelecer em Brasília com a família. Ela criava peças de cerâmica e em macramê no país natal e, por aqui, viu no artesanato também uma forma de sustentar o casal e duas crianças.
O Oficial de Meios de Vida do Acnur, Paulo Sergio Almeida, afirma que cada vez mais as pessoas refugiadas estão empreendendo do Brasil, gerando renda e contribuindo com as comunidades onde estão inseridas. “No contexto da Covid-19, tiveram que superar novos desafios, em especial por meio do comércio eletrônico. Para o Acnur, é fundamental que refugiados empreendedores possam ter apoio para a criação, manutenção e expansão de seus negócios”, explica.
Confira a Live completa do lançamento: